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   Uma nova classe de alucinogénios sintéticos, designados de NBOMe (N-2-metoxibenzil-feniletilaminas), surgiu recentemente como novas drogas de abuso. Os NBOMe são derivados N-metoxibenzil da família de alucinogénios do tipo 2C, tendo sido sintetizados pela primeira vez em 2003 por Ralph Heim, na Universidade de Berlim [7, 8]. Os alucinogénios 2C, com estrutura similar à mescalina, são feniletilaminas com grupos metoxilo na posição 2 e 5 e uma substituição na posição 4, que consiste maioritariamente num halogéneo (cloro, bromo e iodo) [7].

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

   Os compostos NBOMe são alucinogénios altamente potentes, mesmo em doses na ordem dos microgramas, possuindo ações farmacológicas similares a outros alucinogénios como o LSD, a mescalina e a psilocibina [8]. Contudo, estes compostos foram inicialmente desenvolvidos para efeitos de investigação, como potenciais ligandos para mapear a distribuição dos receptores 5-HT2A no cérebro, por tomografia de emissão de positrões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     A sua comercialização na Internet iniciou-se em 2010, com um custo baixo em relação a outras drogas de abuso. Os primeiros casos de consumo de NBOMe foram descritos em 2012 ou mais tarde [9].

  

   Atualmente, os compostos mais utilizados são o 25I-NBOMe, 25B-NBOMe e 25C-NBOMe, conhecidos também por “Smile” e “N-bombs”. A prevalência destas drogas na população em geral ainda é pequena, mas têm tendência a aumentar rapidamente. O NBOMe mais comum é o 25I-NBOMe (2,0%), seguido do 25B-NBOMe (1,2%) e, por último, o 25C-NBOMe (0,8%), sendo o seu uso mais proeminente entre os jovens.

  

   Apesar de serem drogas alucinogénias recentes, o número de efeitos adversos graves e acidentes mortais são um motivo de grande preocupação [7].

 

 

 

 

 

 

[7] Suzuki, J., et al., Toxicities associated with NBOMe ingestion, a novel class of potent hallucinogens: A review of the literature. Psychosomatics, 2015. 56(2): p. 129-39

[8] Papoutsis, I., et al., 25B-NBOMe and its precursor 2C-B: modern trends and hidden dangers. Forensic Toxicology, 2014. 33(1): p. 1-11

[9] Kyriacou, C., NBOMe: new potent hallucinogens – pharmacology, analytical methods, toxicities, fatalities: a review. European Review for Medical and Pharmacological Sciences, 2015. 19: p. 3270-3281

Figura 3: Comparação das estruturas dos compostos NBOMe (1) com o LSD (2), mescalina (3) e psilocibina (4).

(1)

(2)

(3)

Figura 1: Estrutura base dos compostos NBOMe.

Figura 2: Estrutura base dos compostos 2C.

(4)

© 2016 Compostos NBOMe

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

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